quarta-feira, 11 de março de 2009
CIDADES
para C.D.
A vida é isto:
o mundo é outro e longo é o caminho.
Todos os dias os jornais são retratos falhados
de nossa antiga humanidade. Seremos bárbaros, ainda?
E, entanto, o que fizemos? O que faremos?
A paisagem, agora, é o medo que sangra em nossas retinas.
Os pássaros resistem – escuto-os – mas a cidade está fechada,
e nas calçadas, nas praças, nas varandas, não há lugar seguro...
Numa ilha do mundo um homem tem nas mãos
um livro de versos: a poesia é sua ponte, o seu escudo,
a janela por onde procura a humanidade.
No espaço da cidade este poema não é nada,
mas quem o lê reinventa-o a cada palavra, em cada linha
que sua distância resume para que o dia resista,
para que a cidade amanheça em cada pássaro,
e a vida seja mais do que pensamos.
wbl
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Um comentário:
apesar dê, continuo amando o barulho das ruas, bem como o silêncio criativo da leitura.
beijos e bom fim de semana, cher
MM.
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