terça-feira, 7 de abril de 2009


PAVILHÃO...
Alberto da Cunha Melo

Hoje, se eu me olhasse de longe
cairia no pranto. Mas,
estou tão dentro de mim mesmo
que meu cadáver me defende.

Por muitas mortes passei
e uma só não me convenceu:
a da espera, a morte sem soma
total, sem deve-haver, sem fim.

Uma coisa particular
é a dor, cercada de cuidados
que humilham (na enfermaria,
uma placa pede silêncio).

Silêncio, Silêncio, Silêncio.
Os avisos nos corredores
não deixam margem para dúvida,
todos querem mesmo silêncio.

Hoje, se eu me olhasse de longe
cairia no pranto. Mas
estou perto demais de mim,
estou dentro da minha lágrima.

para Natascha, que sabe ver o sol através de uma lágrima...

2 comentários:

Natascha disse...

words of grace fill the bottles of my heart
thanx, babe
xxx

Anônimo disse...

as vezes, se ver de longe é tao dificil..

beijos..