quinta-feira, 9 de abril de 2009


EVERNESS
Jorge Luis Borges

Sólo una cosa no hay. Es el olvido.
Dios, que salva el metal, salva la escoria
Y cifra en Su profética memoria
Las lunas que serán y las que han sido.
Ya todo está. Los miles de reflejos
Que entre los dos crepúsculos del día
Tu rostro fue dejando en los espejos
Y los que irá dejando todavía.
Y todo es una parte del diverso
Cristal de esa memoria, el universo;
No tienen fin sus arduos corredores
Y las puertas se cierran a tu paso;
Sólo del otro lado del ocaso
Verás los Arquetipos y Esplendores.

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"PARA SEMPRE"
Jorge Luis Borges

Só não há uma coisa. É o esquecer.
Deus, que salva o metal, salva a escória
E cifra em Sua profética memória
As luas que já foram e as que hão de ser.
Tudo está aí: visões multiplicadas
Que entre esses dois crepúsculos do dia
Tua face foi deixando e as refletia
E as que ela irá deixando-as espelhadas.
E tudo é uma parte do diverso
Cristal dessa memória, o universo;
Jamais têm fim seus árduos corredores
E a ti fecham-se as portas com descaso;
Somente do lado oposto do ocaso
Verás os Arquétipos e os Esplendores.

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