sexta-feira, 3 de abril de 2009
O REI DO REINO
Canção medieval
Canta o rei em seu cavalo,
Escudeiro do rei, seu vassalo,
Do rei escudeiro, cavalo,
Do reino que canta, vassalo:
"Jurei tornar-me teu rei
E curvar-me aos teus desejos -
De qual dos teus fios de cabelo
Fiel escudeiro serei?
Montado somente em nuvens,
Não tinha animais nem reino,
Mas um sonho, tu primeiro:
No peito é o cavalo que ouves.
Fugiram trezentos do pasto,
Onde o céu é cinza e gasto –
Onde o céu é cinza e gasto,
Não cria a nuvem cavalos,
Só um sonho, o de sonhar-te,
Vivo à morte do que é parte.
(Não soube fazer versos retos,
Contar como os versos não soube.)
No meu reino não há pasto,
Não há pena à morte ou aedo:
Uma montanha é vão no universo,
O amor que perdemos dá medo.
Amo o cristal dos cavalos
No peito de pedra que armei;
Do amor de escudeiro, vassalo;
E querendo ser pedra, sou rei.
Rio a rua a musa a guarda,
Bem tão bela quanto a lua,
Não tão frágil quando a fala,
Sonho a fala e a mente nuas.
Finda o reinado da lua
No dia que dizes: sou tua.
E proclamo este reino reinado,
Do peito aos meus olhos vassalos."
O homem descalço retorna,
Cantando o ofício que herdou:
“ – Eu vendo escudos do reino!
A guerra que cantas é amor!”
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Um comentário:
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