quarta-feira, 8 de abril de 2009


SONETO NÚMERO 1
para Fabiana Maranhão, leitora dO AEDO

Qual a lei que liberta o teu amor,
fazendo teu amante seu escravo?
Se soubesses, ao menos, tanta dor,
no mais seria ameno o meu encargo.

Tudo sob os teus olhos perde o lírio
na luz aberta por teu cetro mágico -
és dona, como autora, do delírio
que nutre em mim seu óbolo mais trágico.

Apaga dos meus versos toda luz
vertida pelas horas não vividas.
Se justo é teu caminho nesta lida,

não abandona quem não pode a cruz:
o tempo muitas vezes soma o fogo
da morte cedo se perdido o jogo.

in O AEDO, 1989.

Um comentário:

F M disse...

Leitora do Aedo, de todos os seus outros livros, admiradora n°1 de sua sensibilidade e agora insuportavelmente metida com essa dedicatória. Beijos!