quinta-feira, 9 de abril de 2009
LIRA
Se contrair a paixão,
há de cortar-se u’a mão,
que alveja o brilho dos olhos
como o fogo os santos óleos.
Amar demais é ser menos
no espelho que nunca vemos.
Quem dera dela fizera
só um meio da quimera!
Doce verso, árduo ingresso,
ao pecado controverso.
Amor, pecado dos mortos,
que vivo é ser como os portos...
Querer ser rei como os astros
que por súditos têm rastros,
velando as cartas de amor
que se esquecem num vapor...
O mal do bem não tem fim,
se o amor é como em mim...
in O AEDO, 1989.
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Um comentário:
"Amar demais é ser menos
no espelho que nunca vemos.."
então,
Te dou os meus olhos
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