quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
O TEMPO, SENHORA
W.B. Leal
O tempo, senhora, é este papel.
Para os que souberam, como nós, sonhar a sua história,
nascerá sobre o branco o desenho de uma estrada:
o seu destino é um rio, ou um mar, ou um recomeço.
Na margem deste mapa dorme a praia
que guarda cada passo do que fomos ou vivemos.
Ali revejo o barco que percorre o meu papel,
e de papel é feito, como as nuvens e os pássaros
que escrevem o silêncio.
O tempo, agora, é este barco.
Os pássaros parecem pousados.
Por um instante se iluminam.
É outro dia.
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Um comentário:
Só um poeta para falar do tempo cruel com tanta gentileza. Bjs!
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