quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A BAILARINA
W.B. Leal
“Seremos sempre esse caminho, ela falou. Um espaço
preenchido por muros e desejos.” Mas ele nada sabia
do amor além da impossibilidade de uma montanha infinita,
de um rio do qual, pensava, jamais poderia beber.
“Um dia estaremos do mesmo lado desse rio, ela disse,
e alcançaremos o céu dessa montanha. A nossa bandeira
será cada dia, vencidos um a um.” Ele agora lembrava
os instantes em que todos os silêncios foram nascentes
de carinho e dedicação, e sua lembrança e sua alegria
eram os cuidados que lhe dedicara. “Você é a minha
música”, pensou. E a bailarina começou a girar.
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