sexta-feira, 21 de agosto de 2009
VÊNUS
À silhueta magra de sua presença
reduz-se a voz, opõe-se a força,
renuncia o silêncio.
O seu silêncio é lúcido
como um pássaro sobre um touro,
e traz, em sua úmida intimidade,
o riso que pede,
o senho que sabe,
a palavra muda.
O seu olhar tem na semente
a certeza do fruto alto,
e ela não sabe ser mais
que a simples natureza,
quando guarda nas mãos
a pressentida sombra,
a elevada e pressentida sombra
da presença de um deus.
wbl, in OS RITMOS DO FOGO
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2 comentários:
Ser Vênus é no fundo mais obscuro de cada mulher sua maior vontade.
Ter um Deus para isso é a segunda maior.
Ótimo, como sempre!
O silêncio guarda todos os quereres possiveis...
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