sábado, 20 de agosto de 2011
SCHEDULES
W. B. Leal
tente o resgate
nos horrores do passado
e pessoas
e números
liarão peças
e acontecimentos históricos
de vida estoica
como um reide
um avanço de aceleração contínua
sobre o tempo
uma mulher
lugar do mundo
pronto a amar
um homem
outorgando países
de olhos marinhos e
peixes aprisionados
buscando eternamente
a congruência de números
teoremas e saltos
sobre a frequência do que chamamos saudade
esta palavra estéril
sem paralelo no pulso anglicano
sem recordarmos
após alguns anos
os endereços
os nomes que pouco atribuimos voz
e gravarmos longamente o riso
frases ou carta
dificilmente acorde
com todo um dia
senão pelas muralhas
que cercam as horas
quando ninguém pode prever
uma mulher apaixonada
uma ave morta sobre a paisagem
a tela tomada por impulsos
virgens como tudo
novo
ideia e aço
no óbolo
que erguendo a estátua
estua
têmperas e vidros
antitérmicos
como deveriam ser os olhos
por uma mulher em chamas
estupidamente lesa
marcando a cada passo
a ponte
entre o tempo e a reta
que se desloca ilesa
como um homem duro
somente à sua parte
gelo
gesso e uma película
antioxidante
como o mundo novo
tudo evita
como tudo
evita o mundo do passado
não podemos nada recordar
senão quando pelas muralhas
do tempo de novo
desabamos
extensos como extensos
Schedules
em reuniões de bichos
sem segredos
como
o peito só para o seu dono
só olhado por trás
como inimigo
de lentes antitérmicas e
armações antioxidantes
por mulheres que não morrem
e engravidam
para a sorte de uns e o infortúnio
dos balanços e estatísticas
passado que só a história
pode presumir
com dados compilados e
suposições lógicas
Lógica
mulher e flor
símbolo e vestimenta
dores nos edifícios
da Forth
Avenue
asfixia e indolência
nomes do passado
gelosia e tempo
e a morte com seus braços
dorme sobre livros
derramados sobre a luz
que tece
a busca do homem
a vã cosmogonia
que agoniza lentamente
como a luz
no seu passado
achada à fuga de um carneiro
cósmico
signal
dos tempos em que não há
fé
no abismo entre os passados
dessabidamente sinos
fundos como
um persa sobre a praia
a recolher cascalhos de pouca
simetria
com os astros
que no passado muito mais
tinham o brilho de olhos
de mulher fechada
como espelhos
em que se miravam
buscando o tempo
por onde passar
privando de tudo o treino
da luz e do passado
que provêm ao mesmo fim
dissoluto arrebatar
de morcegos doentes
aquelas que vêem
as maldades dos homens
duros como o gelo que
se desloca como um peixe de gesso
ao resgate duma constelação de trenos.
in O Aedo, 1989.
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Um comentário:
Quanto fôlego: pneuma!
Lindo de viver!
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