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CELEBRAÇÃO
W.B. Leal
Dentro da noite,
como esta mão
dentro
de outra mão,
o tempo canta o seu silêncio.
Não o silêncio
da palavra -
de garbo
e definição -,
mas um canto
sobre o que, na distância,
se alimenta ao vencê-la -
estro e ruptura
de uma multiplicação inifinita -
sombra que sustenta
o peso da luz.
Nesta mão de abstrato instrumento,
de ritmo claro
como o pulso do céu,
ouço o equilíbrio
que sobre a vida constrói
o seu impulso - peso e leveza
de todo princípio -
barco que conduz
a algum centro
o sentido de tudo.
in Os ritmos do fogo, 1999.
Um comentário:
...o sentido de tudo...sublime!
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