terça-feira, 6 de março de 2012
A URNA DESCOBERTA
W.B. Leal
Como um livro ou uma palavra
lidos para além do seu sentido,
a sua força também é sua casa -
uva no cacho, certeza do abrigo -
dona do sim na perda de um não.
Impossível descrevê-la então:
antes, diria, o que dela eu guardo
e levo e lembro é mais que alento,
luz na escuridão do dia,
ilha de sonho e de verdade
sobre o mar da fantasia.
Agora, talvez eu confessasse que
bastava o seu sorriso, um riso
e nada mais para no silêncio ela
tudo vencer, tudo conquistar
e o mundo inteiro ser feliz por ela ser.
Mais que uma mulher, ela é sobre
o nada o tudo que amanhece,
urna que um dia imaginei e a
resposta foi sonho e poesia.
Antes, quem sabe, aquele sonho
bastaria para o meu desejo:
a falta que faltava era também
reflexo de um espelho que eu não tinha.
Revejo agora aquele espelho
e o que eu encontro é um outro gesto:
todo amor também quer o seu inverso,
todo homem quer seu sonho, teme o medo,
o nome que se guarda em seu segredo.
WBLeal
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3 comentários:
Bravo, bravíssimo!
Dizem que “A poesia não é de quem a faz, é de quem precisa dela” e de certa forma senti como se essa poesia fosse "um pouquinho" minha...rsrsrs
Obrigada Sempre!
Power Flower!
altum...mirabile.
Feliz a mulher que o descobriu!!!
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