POEMINHA
BURLESCO
W.
B. Leal
Os
algoritmos matemáticos
são
cruéis como o atraso de um relógio.
Veja
só a frieza de um computador:
desde
que viajei a São Paulo, mês passado,
meio
às pressas, e voltei pela metade
como
quem perde a bagagem,
todos
os dias, ao entrar na internet,
um
cálculo infernal, um truque
de
adivinhação, me apresenta,
no
canto da tela,
ofertas
de viagens, passagens, promessas
de
felicidade,
tudo
a preço de banana como se a vida
fosse
só um custo, o susto de um encanto
ou alguma promoção.
E
então você pergunta: mas por quê?
pra
onde? para qual aeroporto
tal
promessa se destina? Ah, o meu desgosto!
Pois
desconfie dos ensejos: o algoritmo
adivinha
sonhos, sinas, arrependimentos,
e
no meio disso tudo, oh céus!,
qualquer
desejo de Campinas.
WBLog
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