sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A CATEDRAL
W.B. Leal

No canto do quarto,
os monstros
acordam
suas bocas de gárgula.

São pândegos
toscos:
as bocas sem
dentes
são o brilho contínuo
das úmidas gengivas.

Escuto os soluços,
os espasmos da risada  
e a ridícula
respiração.

Os silvos que
gargalham
são só suas cabeças.
Não há corpo ou
pescoço.
As bocas são a cara inteira.



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