A LEMBRANÇA
W.B. Leal
Se penso nela como sonho ou siso,
como riso ou estranhamento que
ao fim do dia são a minha força e
o meu alento, é porque são dela
os silêncios e as sementes,
os cimos e as certezas que
a sua lembrança deixa em mim.
Creio ser dela o relógio que tarda,
o tempo que conta mas que também
para, porque é por ela que a lua acende,
e é por ela que os carros correm e a
cidade, lentamente, parece preparar
uma festa sempre que o dia começa.
Se agora penso nela com a alegria das
coisas novas, aquela alegria que
um menino só sente quando sabe
estar contente, é porque são dela o meu
sonho e o meu poema, fervor e encantamento
por uma mulher que é lágrima e fogueira,
pétala e pássaro que o dia nunca esquece,
e por isso eu penso, e canto, e confesso.
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