sábado, 7 de maio de 2011
IN MEMORIAM
W.B. Leal
Porque eles não viam o tempo escorrer tampouco lembravam que os relógios poderiam arrastá-los como rios de dias e distâncias, e levá-los em sua roda, afastados, para o escuro de um outro oceano. Muito tempo depois eles se perguntaram: e se o amor não soubesse que ali, naqueles dias que vibravam como um cio, e se o amor não intuísse que assim como a terra o seu corpo também poderia secar, e nele o fogo, que um dia fora paixão, apagar sua lavoura colhendo apenas lembrança? Assim passaram os anos e como numa terra devastada a semente daquela consciência lentamente acordou, e renasceu um silêncio inundado de verde, um sorriso recortado de vontades quando a dança e a poesia foram cada gesto que na noite da distância também eram estrelas. Hoje é madrugada. O tempo reencontra janelas e a antiga fome é essa luz em que o mundo é sua casa.
WBLog
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2 comentários:
Caminhei, parei, mergulhei, tomei fôlego... entranhei-me no abissal. Sem meridianos! Apenas as pontes sobre os oceanos. Belo, Mr. W.
obrigada.
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